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Caminho: de Fortaleza a Redenção. 

Origens

Com o objetivo de incentivar a cooperação internacional do Brasil com os demais países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, especialmente os africanos, foi criada a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Mais conhecida como Unilab, a universidade foi criada em 20 de julho de 2010, através de uma lei sancionada pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva.

 

O trabalho, porém, já havia começado dois anos antes com a criação da Comissão de Implantação da Unilab, em 2008.  Durante esse tempo, foram feitas várias pesquisas com relação aos problemas comuns do Brasil e dos países parceiros, além de debates e reuniões dentro e fora do Brasil. Tudo para que a cooperação fosse feita da melhor maneira possível.

 

Hoje, perto de completar oito anos desde sua criação, a Unilab conta com quatro campi e milhares de alunos. Três campi ficam no Ceará: dois na cidade de Redenção e um em Acarape. O outro fica na cidade de São Francisco do Conde, na Bahia. No total a universidade tem 6.529 estudantes, distribuídos entre os treze cursos de graduação e especialização, ofertados nas modalidades presencial e à distância. 

Estudantes

A Unilab, atualmente, oferta cursos de graduação e pós-graduação, dividos entre cursos presenciais e à distância. 

Segundo a chefe do gabinete da reitoria, Andréia Muraro, o objetivo da organização era que metade dos estudantes fossem estrangeiros. Mas essa meta não tem sido cumprida porque a procura deles pela universidade ainda é baixa. 

Fonte: Site da Unilab/ Unilab em números

A interiorização da universidade, ou seja, sua saída da capital para as cidades menores, num esforço de ampliar o acesso ao ensino superior de qualidade fora dos grandes centros urbanos, não foi o único motivo da escolha da cidade de Redenção para sediar dois dos campus da Unilab. Redenção é historicamente considerada pioneira na abolição da escravidão em 1883, sendo a primeira cidade do Brasil a libertar todos os seus escravos.

 

Essa liberdade, porém, é questionada não só no processo libertário acontecido em Redenção, mas no país inteiro. A pressão política que cobrava a abolição era grande e culminou na assinatura da Lei Áurea em 1888, mas não houve qualquer tipo de assistência para os recém-libertos. Sem saída, eles continuaram se submetendo a situações humilhantes e não muito diferentes do que viviam anteriormente para conseguirem seu sustento.

 

O fato de que, em sua grande maioria, os estudantes que chegam para estudar em Redenção vêm de países africanos é simbólico, principalmente no sentido histórico. Quer seja ele encarado do ponto de vista da dívida do Brasil com esses povos, ou do desejo de celebrar e construir novas relações com eles.      

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

A Unilab possui 30 Acordos de Cooperação com Instituições Brasileiras e Internacionais. 

Fonte: Site da Unilab/ Unilab em números

A Visita

Nossa equipe chegou na Unilab um pouco antes do horário do almoço, e o campus da Liberdade estava fervendo. Música pop tocava ao fundo enquanto os alunos caminhavam pelo pátio, ocupados com seus afazeres e aparentemente alheios ao ambiente. Um clima totalmente diferente do que se espera, se a referência de universidade que se tem é a de um lugar cheio de estudantes sérios e compenetrados nos livros.

 

Isso não significa que os alunos não levem sua vida acadêmica a sério; pelo contrário, a Unilab está repleta de pessoas incrivelmente inteligentes que colocam seus estudos no topo de suas prioridades, o que ficou constatado durante todas as entrevistas quando os estudantes falavam sobre a importância que a graduação em outro país tem, tanto para eles quanto para suas famílias. A maioria também compartilhou que tem planos de voltar para seus países e contribuir com o seu desenvolvimento.

 

A diferença está no clima do lugar (com ajuda especial da trilha sonora), que passa a sensação de leveza e descontração, sem permitir que o visitante esqueça de que ainda está numa universidade.

 

Talvez seja a alegria e a graça trazidas pelos africanos, não importa de qual país sejam, mas a leveza do lugar também se vê nos estudantes. Eles nos receberam muito bem, perguntando de onde éramos e o que estávamos fazendo ali, e não foi difícil encontrar entrevistados. Sempre há aqueles que confessam ter vergonha da câmera, mas mesmo estes acabam fazendo piada da própria timidez.

 

Também visitamos o campus das Auroras, o segundo em Redenção. O lugar é cheio de laboratórios, tem uma estufa própria e o prédio literalmente fica no pé da serra. Isso faz com que a lanchonete, no último andar, tenha uma parede viva natural ao fundo, formada pela vegetação da serra. Em todo lugar, como no campus da Liberdade, se vê a integração dos alunos de diferentes nacionalidades, compartilhando conhecimento e experiências de vida.   

Essa é justamente a missão institucional da Unilab, segundo a chefe de gabinete da reitoria Andréia Muraro: “A ideia é, por exemplo, quando eles retornam para o seu país, eles também vão ser professores, engenheiros, num lugar que ainda está em reconstrução. Esses países têm em média quarenta anos de independência, o Timor Leste até menos, mas isso é um tempo histórico muito pequeno para você reconstruir um país. Então eles voltam e podem ajudar na organização do seu país.”

 

De acordo com Luciano Morais, produtor cultural da Unilab, “O que a gente procura mesmo é dar espaço, dar local de fala para todas essas múltiplas culturas.”, referindo-se às diversas nacionalidades dos alunos da instituição. Essa liberdade de celebrar sua multiculturalidade, enquanto trocam conhecimento, fica clara quando se vê a relação dos estudantes entre si e com a universidade.

Redenção e Aracape

As pessoas

Maurílio

Diretor do Instituto de Humanidades e Letras da Unilab

Kássia

Estudante angolana

Jorge

Ex-aluno angolano

Marcus

Estudante brasileiro

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